Porquê que o quebra-mar exterior precisa de ser prolongado em 300 metros?
O quebra-mar atualmente existente no Porto de Leixões não permite a entrada na área portuária de cerca de metade da frota mundial de navios porta-contentores, cuja dimensão, por questões de rentabilidade operacional, é cada vez maior.
A segurança na entrada da barra de navios de grande dimensão depende, essencialmente, do comprimento da zona abrigada do efeito do mar entre a cabeça do molhe (onde se encontra o farol) e a entrada na bacia do anteporto.
O prolongamento do quebra-mar vai aumentar em 300 metros essa zona de abrigo. É frequente o estado do mar impedir a entrada de navios que são obrigados a aguardar vários dias em mar aberto, com custos de imobilização que ascendem a 18 mil dólares por dia e por navio.
Uma vez concluídas as obras, o Porto de Leixões poderá aumentar o número de navios acolhidos em mais 150 por ano, com um acréscimo de mercadorias equivalente a 450 mil TEU.
Estes custos não recaiem sobra a APDL, mas podem resultar no abandono do Porto de Leixões de algumas companhias/armadores para outros portos, com graves consequências para a economia regional e nacional
Com a atual configuração do porto, os navios de maior dimensão que podem aceder correspondem aos de 215 metros (com 30,4 metros de boca e 11,4 de calado).
O Porto de Leixões não tem condições para receber navios da classe dos 300 metros de comprimento, 40,2m de boca e 13,7 m de calado, com capacidade para transportar até 5000 TEU (o TEU, "Twenty-foot Equivalent Unit", é a medida-padrão utilizada para calcular o volume de um contentor de mercadorias.
Um contentor de 20 pés equivale a 1 TEU).
Porque motivo o Porto de Leixões é procurado por navios de grandes dimensões?
O Porto de Leixões é um porto da rede principal das Redes Transeuropeias de Transporte, incluído no Corredor Atlântico, estratégico para a economia nacional pelas soluções de transporte multimodais que oferece.
A nível mundial assiste-se a um aumento global da dimensão dos navios por questões de rentabilidade operacional.
O porto necessita satisfazer essa modernização naval para dar resposta à indústria e tecido empresarial da Região Norte e do país, sob pena de perder a sua relevância económica e operacional.
O que acontece ao Porto de Leixões se a obra de prolongamento do quebra-mar não for realizada?
O atual quebra-mar inviabiliza a entrada no Porto de Leixões de navios de grande dimensão que, atualmente, são já cerca de metade da frota mundial de porta contentores.
Estes são navios da classe de 300 metros de comprimento, 40,2 metros de boca e 13,7 metros de calado, com capacidade para transportar até 5 mil TEU.
Se o Porto de Leixões não avançar com o prolongamento do quebra-mar, deixa de poder receber esses navios e, a longo prazo, a infraestrutura portuária, que é a maior no que se refere a carga contentorizada, torna-se obsoleta.
Não. A ligeira diminuição que se vai sentir na ondulação devido ao aumento do quebra-mar não vai, segundo o estudo efetuado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), inviabilizar a prática de surf, designadamente nos níveis iniciais, motivo pelo qual as escolas da modalidade continuarão a funcionar em pleno.
Admite-se, contudo, para algumas direções, ondas com menor altura (diminuição prevista de 10 centímetros), principalmente na zona norte da Praia de Matosinhos, o que contribuirá para um melhor e mais seguro aproveitamento balnear.
Não, por duas razões:
1 – Não há novas fontes de contaminação por efeito das obras.
2 – Continuará a haver a renovação natural da água que é essencialmente assegurada pelo movimento das marés, com duas praia-mar e duas baixa-mar por dia.
Pontualmente, poderá verificar-se alguma turvação por suspensão de areias provocada pelas dragagens do aprofundamento do canal, turvação essa que habitualmente se verifica em dias de mar mais revolto.
As obras de dragagem, contudo, ficarão suspensas ao longo das épocas balneares.
Existem ameaças para a praia Internacional, devido a erosão das areias a sul e acreção a norte?
A APDL tem vindo, há anos, a corrigir a morfologia da praia, através da retirada periódica de areias acumuladas no extremo norte da praia de Matosinhos e a sua reposição na zona sul.
Essa correção vai continuar a ser assegurada após o prolongamento do quebra-mar, até porque a APDL é a primeira interessada em evitar a entrada de areias para o canal de acesso ao porto.
Não.
As operações de dragagem no canal de entrada e na bacia de rotação do Porto de Leixões estarão suspensas durante a época balnear, sendo retomadas depois desse período.
No âmbito das obras vai ser afetado o porto de pesca?
Não, o porto de pesca será reconfigurado e dotado de novas e melhoradas instalações, nomeadamente, novo entreposto frigorífico, nova fabrica de gelo, novo centro de formação, remodelação das linhas de acostagem, novo posto de combustível e novos meios de auxilio às operações com as embarcações.