Perguntas Frequentes

Dragagens no Porto de Leixões

O que está a acontecer?

Estão a decorrer trabalhos de dragagem de sedimentos, no âmbito da empreitada de prolongamento do quebra-mar e das acessibilidades marítimas ao Porto de Leixões, com recurso à draga TSHD MEUSE RIVER, por processo de sucção e arrasto. O sistema utilizado nesta descarga faz-se por canhão, tal como é visível na imagem, atendendo à intenção de alimentar as praias a sul do quebra-mar, o que apenas é possível recorrendo a este método, face às dimensões da draga e às caraterísticas do local (muito rochoso).
 
As dragagens estão a ser feitas no canal de acesso ao Porto de Leixões.
 
Prevê-se que os trabalhos tenham uma duração de aproximadamente dois meses, estando a sua execução a cargo do Consórcio Teixeira Duarte S.A., Dredging International NV e Tecnovia – Sociedade de Empreitadas S.A.
As dragagens que estamos a assistir, junto ao anteporto, com deposição de materiais junto aos locais 2 e 3 de locais de imersão de dragados, isto é, junto às praias, por canhão, deverão decorrer até quarta-feira, dia 10 de novembro. Até ao final deste mês de novembro, prevemos continuar os trabalhos de dragagens, no ponto 1 dos locais de imersão de dragados e já não junto à orla costeira.
 
Os sedimentos/areias não estão, garantidamente, poluídos, sendo classificados como classe 1, ou seja, de excelente qualidade e que podem ser descarregados diretamente nas praias.
 
Os sedimentos são sempre submetidos a análises prévias rigorosas, quer durante o Estudo de Impacte Ambiental, quer no processo de obra, sendo ainda recolhidas amostras de sedimentos que são alvo de campanhas de caraterização regulares, que têm apresentado resultados constantes de classificação como dragados limpos, o que garante a boa qualidade dos sedimentos para alimentação das praias da orla costeira da área metropolitana do Porto.
 
APDL convida à consulta da informação que consta do EIA das Acessibilidades Marítimas
Lista de documentos disponíveis no site da APA e no site da APDL.
O Resumo destes resultados consta no Relatório Síntese do EIA (Estudo de Impacte Ambiental) – Figura 76 da pág 165.  
A descrição detalhada da campanha de recolha e análise de sedimentos pode ser consultada no relatório de 2017no relatório de 2020 e no relatório de 2021.
Pode também consultar o relatório de análise da água recolhida a 10 de novembro durante as operações de descarga por rainbowing de sedimentos junto do Castelo do Queijo
 
Estes sedimentos/areais apresentam uma tonalidade escura, tendo em conta o facto de se estar a dragar no fundo do mar (e não na rebentação da onda), onde existe sempre siltes e lodo. Estas partículas, ao serem movimentadas, provocam a suspensão de materiais, tendencialmente mais escuros, que criam uma película à superfície/espuma sem qualquer impacto ambiental. Aliás, se o mar estivesse mais revolto, esta película facilmente desapareceria, facto comprovado pela areia visível na rebentação da onda, que não tem este aspeto, já que está constantemente a ser lavada pela ondulação do mar. 
 
Os sedimentos estão a ser depositados nas praias, de acordo com as recomendações da DIA, dos nossos consultores e das organizações nacionais e internacionais, pelo facto de serem de classe 1, ou seja, excelente qualidade, e de contribuírem para a compensação da sua erosão, minimizando o desequilíbrio e repondo o sistema.
Nas operações de dragagem podemos encontrar três tipos de granulometrias - material muito fino, material argiloso e material arenoso. O material que circula ao longo das praias é arenoso, sendo este, pelas recomendações competentes, o que deve ser colocado nestes locais.
Atendendo ao processo de erosão comum à orla costeira, transversal a todos os países, só desta forma se poderá contrariar este efeito, daí que, sempre que o material é granular, é feita a sua deposição nas areias balneares. 
O restante material (mais fino e argiloso) é colocado no vazadouro (ao largo), como ocorreu na semana de 1 a 5 de novembro, dado que, pelas suas caraterísticas, não é compatível com as areais balneares.
Aliás, grande parte do areal da praia de Matosinhos é material reposto pela APDL ao longo das últimas décadas, em operações semelhantes a esta, que têm promovido a dinâmica sedimentar litoral e a prática balnear.
 
As operações de dragagem são efetuadas pela empresa Dredging International NV, reconhecida mundialmente pela competência e experiência revelada neste género de trabalhos.

 

Porquê que o quebra-mar exterior precisa de ser prolongado em 300 metros?

O quebra-mar atualmente existente no Porto de Leixões não permite a entrada na área portuária de cerca de metade da frota mundial de navios porta-contentores, cuja dimensão, por questões de rentabilidade operacional, é cada vez maior.

A segurança na entrada da barra de navios de grande dimensão depende, essencialmente, do comprimento da zona abrigada do efeito do mar entre a cabeça do molhe (onde se encontra o farol) e a entrada na bacia do anteporto.

O prolongamento do quebra-mar vai aumentar em 300 metros essa zona de abrigo. É frequente o estado do mar impedir a entrada de navios que são obrigados a aguardar vários dias em mar aberto, com custos de imobilização que ascendem a 18 mil dólares por dia e por navio.

Uma vez concluídas as obras, o Porto de Leixões poderá aumentar o número de navios acolhidos em mais 150 por ano, com um acréscimo de mercadorias equivalente a 450 mil TEU.

Estes custos não recaiem sobra a APDL, mas podem resultar no abandono do Porto de Leixões de algumas companhias/armadores para outros portos, com graves consequências para a economia regional e nacional

Qual a dimensão dos navios impedidos de entrar no porto devido ao insuficiente comprimento do quebra-mar e profundidade do canal de acesso?

Com a atual configuração do porto, os navios de maior dimensão que podem aceder correspondem aos de 215 metros (com 30,4 metros de boca e 11,4 de calado).

O Porto de Leixões não tem condições para receber navios da classe dos 300 metros de comprimento, 40,2m de boca e 13,7 m de calado, com capacidade para transportar até 5000 TEU (o TEU, "Twenty-foot Equivalent Unit", é a medida-padrão utilizada para calcular o volume de um contentor de mercadorias.

Um contentor de 20 pés equivale a 1 TEU).

Porque motivo o Porto de Leixões é procurado por navios de grandes dimensões?

O Porto de Leixões é um porto da rede principal das Redes Transeuropeias de Transporte, incluído no Corredor Atlântico, estratégico para a economia nacional pelas soluções de transporte multimodais que oferece.

A nível mundial assiste-se a um aumento global da dimensão dos navios por questões de rentabilidade operacional.

O porto necessita satisfazer essa modernização naval para dar resposta à indústria e tecido empresarial da Região Norte e do país, sob pena de perder a sua relevância económica e operacional.

O que acontece ao Porto de Leixões se a obra de prolongamento do quebra-mar não for realizada?

O atual quebra-mar inviabiliza a entrada no Porto de Leixões de navios de grande dimensão que, atualmente, são já cerca de metade da frota mundial de porta contentores.

Estes são navios da classe de 300 metros de comprimento, 40,2 metros de boca e 13,7 metros de calado, com capacidade para transportar até 5 mil TEU.

Se o Porto de Leixões não avançar com o prolongamento do quebra-mar, deixa de poder receber esses navios e, a longo prazo, a infraestrutura portuária, que é a maior no que se refere a carga contentorizada, torna-se obsoleta. 

O prolongamento do quebra-mar vai diminuir o tamanho das ondas e ameaçar a prática de surf na praia de Matosinhos?

Não. A ligeira diminuição que se vai sentir na ondulação devido ao aumento do quebra-mar não vai, segundo o estudo efetuado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), inviabilizar a prática de surf, designadamente nos níveis iniciais, motivo pelo qual as escolas da modalidade continuarão a funcionar em pleno.

Admite-se, contudo, para algumas direções, ondas com menor altura (diminuição prevista de 10 centímetros), principalmente na zona norte da Praia de Matosinhos, o que contribuirá para um melhor e mais seguro aproveitamento balnear.

O mar na praia de Matosinhos vai tornar-se um lago sem ondas, com águas estagnadas e contaminadas por bactérias?

Não, por duas razões:

1 – Não há novas fontes de contaminação por efeito das obras.

2 – Continuará a haver a renovação natural da água que é essencialmente assegurada pelo movimento das marés, com duas praia-mar e duas baixa-mar por dia.

Pontualmente, poderá verificar-se alguma turvação por suspensão de areias provocada pelas dragagens do aprofundamento do canal, turvação essa que habitualmente se verifica em dias de mar mais revolto.

As obras de dragagem, contudo, ficarão suspensas ao longo das épocas balneares.

Existem ameaças para a praia Internacional, devido a erosão das areias a sul e acreção a norte?

A APDL tem vindo, há anos, a corrigir a morfologia da praia, através da retirada periódica de areias acumuladas no extremo norte da praia de Matosinhos e a sua reposição na zona sul.

Essa correção vai continuar a ser assegurada após o prolongamento do quebra-mar, até porque a APDL é a primeira interessada em evitar a entrada de areias para o canal de acesso ao porto.

As operações de dragagem do canal de entrada no Porto de Leixões vão afetar a época balnear na Praia de Matosinhos?

Não.

As operações de dragagem no canal de entrada e na bacia de rotação do Porto de Leixões estarão suspensas durante a época balnear, sendo retomadas depois desse período.

No âmbito das obras vai ser afetado o porto de pesca? 

Não, o porto de pesca será reconfigurado e dotado de novas e melhoradas instalações, nomeadamente, novo entreposto frigorífico, nova fabrica de gelo, novo centro de formação, remodelação das linhas de acostagem, novo posto de combustível e novos meios de auxilio às operações com as embarcações.

 

Criação de um corredor dedicado a viaturas pesadas da obra

 

 

O que está/vai acontecer? 

  1. O trânsito na Av. Antunes Guimarães, junto ao Forte de Nossa Senhora das Neves, será reorganizado, de forma a criar um corredor dedicado para as viaturas pesadas das obras que vão ocorrer no âmbito do prolongamento do Quebra-mar, minimizando assim os impactos na circulação rodoviária, pedonal e ciclável.

Para que servem as obras? 

As obras consistem no Prolongamento do Quebra-mar Exterior e na melhoria das Acessibilidades Marítimas, intervenções indispensáveis para dotar o Porto de Leixões de melhores condições de segurança e capacidade, contribuindo para criar novas soluções para as empresas sediadas na região e promovendo assim o desenvolvimento do território e o emprego.

Algum tipo de circulação será impedido com estas alterações? 

  1. Não. A circulação que existe atualmente, quer rodoviária quer de peões e bicicletas, continuará nas mesmas condições, verificando-se apenas a readaptação das vias para evitar o cruzamento com o acesso de veículos pesados à obra

Este desvio implicará uma alteração substancial do trânsito? 

Não. Tal como as imagens demonstram, nesta avenida continuará a existir o mesmo contingente de tráfego a circular nas vias destinadas a veículos, peões e bicicletas, que apenas é reorganizado, sem quaisquer impactos de distância, volume, tempo ou acesso para os seus utilizadores e para a comunidade.

O estacionamento ficará reduzido? 

  1. Não. O estacionamento será mantido, com o reforço adicional da disponibilização do parque da APDL nas horas de maior fluxo, nomeadamente nos períodos do final do dia (durante a semana) e ao fim de semana, a fim de servir a restauração e comércio locais.

Durante o decurso da obra, os serviços e atividades nas imediações da via ficarão comprometidos? 

  1. Não. Atendendo a que a obra ocorrerá na área portuária e que as vias públicas apenas serão reorganizadas para o seu acesso, nenhuma atividade ficará comprometida, podendo ser realizada nos mesmos moldes, anteriores à intervenção.

Após o término da obra, as condições iniciais serão repostas? 

Sim. Atendendo ao caráter temporário desta solução, as condições iniciais da via serão repostas assim que deixem de ser necessárias as alterações agora produzidas.